Criado no bairro de Flores, onde o San Lorenzo tem sua sede atual, Jorge tornou-se torcedor do clube pelas raízes locais, desenvolvidas desde a infância. Seu pai, Mario Giuseppe, era italiano, mas mudou-se para a Argentina e jogou basquete no clube, criando afinidade com o San Lorenzo. Isso logo passou para o filho, a quem levava para partidas no estádio.

Bergoglio chegou a dizer que não deixou de ir a nenhuma partida da campanha do título argentino de 1946, quando tinha apenas 10 anos. A declaração veio em carta na qual ele agradeceu o San Lorenzo por uma homenagem feita dias depois de sua nomeação como Papa, quando a equipe foi a campo usando uma camisa com a imagem de Francisco e os dizeres "Papa Francisco, rezamos por Ti. Reza por nós".

A paixão ficaria ainda mais em evidência naquele ano, quando o clube, fundado por um padre salesiano, entrou na briga pelo título argentino. Mais do que isso: Francisco se tornou amuleto da torcida naquela campanha, que terminou com a conquista do Torneio Apertura, encerrando um jejum de sete anos sem troféus nacionais.

A coincidência do papado de Francisco com o sucesso do San Lorenzo só ficou ainda mais chamativa no ano seguinte: o Ciclón conquistou pela primeira vez em sua história a Copa Libertadores da América. Não por acaso, a delegação fez questão de viajar até Roma para uma audiência oficial com o pontífice, para a qual levaram o troféu da competição.

É comum ver, desde então, em jogos do San Lorenzo, homenagens ao Papa Francisco. A cena passou a se repetir também em jogos da seleção argentina, que também conseguiu feitos que pareciam distantes durante o papado de Francisco. Foi no período em que ele comandou a Igreja Católica que a seleção nacional conseguiu encerrar um jejum de títulos que vinha desde 1993.


Fonte: Globo Esporte